Teoria do Florescimento, a maturação da Psicologia Positiva

Como vimos nos textos e vídeos anteriores, há cerca de duas décadas, Martin Seligman e outros pesquisadores despertaram a atenção para a importância das forças e virtudes humanas.
Seligman, iniciou o movimento da Psicologia Positiva estudando sobre o otimismo X pessimismo, e suas repercussões na saúde física e mental.
Para ele, a personalidade é o fator mais importante para a felicidade.
E o traço mais importante da personalidade é o otimismo. A personalidade ajuda a prever quem, diante de um desafio na vida, vai ficar deprimido ou crescer.
Em geral, os otimistas são aqueles que superam as dificuldades.
Otimistas pensam que os efeitos das dificuldades são temporários, e não permanentes. Consideram suas causas são específicas, delimitadas, não generalizadas. Acreditam que a realidade é mutável.
Não importam os fatores externos, mas o quanto você considera que a dificuldade é mutável, temporária e restrita. Os otimistas são mais esperançosos, resilientes, saudáveis e têm um desempenho melhor do que o esperado no trabalho, na escola, nas relações e consequentemente maior sensação de bem estar.
Teoria do Florescimento
Recentemente, Seligman relativizou a importância da felicidade, que era um conceito central em suas obras anteriores, apresentando a “Teoria do Bem-Estar” ou “Teoria do Florescimento” em seu livro “Florescer - uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar” (2011).
Em Florescer, ocorre o amadurecimento de suas teses originais.
Pontua-se que o tema da psicologia positiva é o bem-estar e, o critério para sua mensuração é o florescimento, sendo então, objetivo primordial da Psicologia Positiva, aumentar este florescimento. Segundo Seligman (2011), a felicidade corresponde a apenas um dos fatores que geram bem-estar, a saber, o fator “emoções positivas”.
Para ele, muitas vezes tomamos decisões que trazem sentido para a vida, mas geram menos felicidade. Outras vezes escolhemos manter certas relações que não têm efeito nenhum na felicidade.
Assim sendo, é preciso pensar no todo, não apenas na parte, afinal os seres humanos são muito complexos e seu bem-estar não depende de um único fator. Há pelo menos cinco fatores, cinco caminhos possíveis e não um único objetivo de vida. Deixar de entender a felicidade ou as emoções positivas como o objetivo final comum, como o único fator em que as pessoas baseiam suas escolhas, é a principal mudança desta teoria.
A teoria do florescimento é muito mais ampla do que a da felicidade autêntica.
O bem-estar e o florescimento seriam, então, resultante de cinco fatores: emoções positivas, engajamento, relacionamentos positivos, propósito e realização. As iniciais dos cinco elementos em inglês formam o acrônimo PERMA (Positive Emotions, Engagement, Relationships, Meaning e Accomplishment.), usado por Seligman para resumir a teoria do florescimento.
Todavia, nenhum elemento isoladamente define o bem-estar, mas todos contribuem para ele.
Alguns aspectos desses cinco elementos são avaliados subjetivamente, pelo relato de uma pessoa, mas outros aspectos são mensurados objetivamente.
Uma abordagem descritiva
A teoria do bem-estar tem a ver com todos os cinco pilares, e o que sustenta os cinco elementos são as forças pessoais. Neste momento cabe ressaltar que a Psicologia Positiva tem uma característica descritiva em vez de prescritiva. Ou seja, é uma abordagem que descreve o que efetivamente as pessoas fazem para obter o bem-estar, contudo, não prescreve o que se deve fazer e cabe ao indivíduo se responsabilizar e se engajar com os aspectos descritos para uma vida plena, em harmonia e feliz.
Nesta teoria do florescimento humano, Seligman (2011) apresenta novas perspectivas sobre a Psicologia Positiva, e propõe exercícios para aumentar o bem-estar e diminuir fatores inerentes à depressão. Ao longo do livro, o autor disserta sobre vários temas que considera se beneficiarem diretamente da perspectiva da Psicologia Positiva, como por exemplo, a aprendizagem.
Para ele, é bastante produtivo trabalhar as emoções positivas ainda com os alunos na escola, a fim de evitar futuros problemas psicológicos e fortalecer a vida das pessoas.
Na busca pelo bem-estar, o autor considera a resiliência um elemento muito importante.
Elemento que melhora os comportamentos relacionados à saúde em geral e exemplifica com o trabalho feito com os militares dos Estados Unidos para prevenir o estresse pós-traumático, a depressão e o suicídio. Mas Seligman (2011) vai além dos aspectos individuais, e propõe uma “economia positiva”, em que o objetivo final da economia não é a propriedade material em si, e sim o bem-estar que ela proporciona.
Para ele e outros autores, como Ed Diener, “o bom desempenho de uma nação será mais bem avaliado pelo quanto seus cidadãos consideram suas vidas agradáveis, envolventes e significativas – medindo seu bem-estar, Hoje a divergência entre riqueza e qualidade de vida é gritante” (SELIGMAN 2011: p 242).
Enfim para Martin Seligman, é necessário repensar a ideia de que o alcance da felicidade não é preciso.
Na vida é preciso ser feliz, gostar de fazer algo, ter bons relacionamentos, encontrar um sentido e um propósito e realizar coisas.
E o melhor, é possível aprender e desenvolver cada um desses elementos! Então, mãos à obra e rumo ao nosso florescimento!
Grande abraço!

Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva
@IBRPP
Cada vez mais a psicologia tem se posicionado como uma ciência não apenas capaz de “tratar” as pessoas, mas também de ajuda-las a tornarem-se “a melhor versão de si mesmas.” O IBRPP - Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva, que tem a missão de disseminar os conhecimentos científicos da Psicologia Positiva tanto do ponto de vista teórico quanto prático, vai falar disso e muito mais na Academia do Psicólogo.
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